segunda-feira, 10 de março de 2008

Depressão na Adolescência




''Os adolescentes hoje sentem-se menos seguros, menos confiantes e menos esperançosos do que nos sentíamos uma geração atrás.” (Ed. New York: Perigee, 1994)

A adolescência é, por si só, um momento de insegurança, conflito e mudanças bruscas e repentinas nas ideologias e no corpo – crise e instabilidade.
Hoje em dia, para além de todas as modificações que o seu corpo e o seu intelecto sofrem, os adolescentes também têm de corresponder às exigências de uma sociedade individualista, competitiva e, acima de tudo, perfeccionista. Perfeccionista no sentido em que não são admitidos erros nem hesitações, não há tempo nem espaço para inseguranças, os jovens têm de ser preparados para a dura vida que os espera.
Talvez seja por isso que começa a falar-se de uma doença que tem assombrado famílias e destruído vidas promissoras. De facto, a depressão tem-se manifestado em vários adolescentes com efeitos devastadores. Os especialistas acreditam que esta doença pode ser geradora de distúrbios alimentares, de doenças psicossomáticas, de dificuldades na aprendizagem e do abuso de drogas.
Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, os jovens gravemente deprimidos têm grande tendência para o suicídio. É estritamente necessário tratar os conflitos e sintomas dos adolescentes. A negligência deste estado generalizado de depressão tem vindo a colocar toda uma geração em risco. Os adolescentes enfrentam pressões mais intensas do que os pais possam imaginar.
Desde o início do século XX, o perigo de uma depressão generalizada tem vindo a aumentar significativamente. Estados psicológicos de tristeza profunda, apatia, desalento, que se manifestam exteriormente, as mais das vezes, através de comportamentos auto punitivos, têm sido observados em pessoas cada vez mais novas.
Nem sempre é fácil reconhecer os indícios da depressão. Todos os adolescentes passam por momentos de maior tristeza, dormem, geralmente, mais horas do que adultos e são preguiçosos. Mas é preciso distinguir tristeza (uma emoção normal e saudável) de depressão (doença). A linha de distinção entre a tristeza e a depressão é muito ténue, cabe, portanto, aos pais e aos especialistas, distinguirem a diferença estes dois estados psicológicos. O grau de intensidade das aflições e a duração dos sentimentos negativos é que indicam a existência ou inexistência da doença.
Os jovens deprimidos que não demonstram sinais de se consolarem ou de voltarem à rotina uma semana após um momento de tristeza, independente da razão, ou seis meses depois de uma grande perda pessoal, podem desenvolver um distúrbio depressivo. Não é um critério para diagnóstico, porém merece atenção dos familiares. Além disso existe os sintomas mais clássicos: isolamento, distúrbio do sono, falta de apetite, comportamento auto-destrutivo, diminuição do rendimento escolar, entre outros.
Em geral, a depressão não é causada por um factor isolado, mas por uma combinação de vários factores causadores de instabilidade e angústia. As causas mais comuns responsáveis por estados prolongados de depressão são: mudanças físicas e emocionais resultantes da puberdade (geradora de insegurança e medo), rejeição por parte dos colegas da escola, primeiras experiências românticas, mudança de escola, cidade ou país, divórcio ou atitudes dos pais. Mas também está provado cientificamente que componentes genéticos ou hereditários funcionem como estimulantes ou inibidores da manifestação da doença. Assim como distúrbios neurológicos ou desequilíbrio bioquímico. Adolescentes com défice de aprendizagem têm, mais frequentemente, uma auto-estima baixa, devido ao insucesso que sentem por não conseguirem acompanhar os colegas.
É ponto assente que os jovens deprimidos precisam de ajuda. Cabe aos adultos que os acompanham, na maioria dos casos, os pais, reconhecer o problema. A melhor forma de o fazer é, sem dúvida, a comunicação entre pais e filhos. Se o apoio da família não for suficiente para contornar a doença, deve recorrer-se a um especialista, psicólogo ou psiquiatra, dependendo dos casos. As doenças psiquiátricas são cada vez mais comuns entre a população e evoluem quando não tratadas, por isso, não devem ser negligenciadas nem rotuladas de “doenças de ricos”.
Mais uma vez, os nossos sinceros agradecimentos, GEBRA

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