segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Psicologia da Adolescência

Caros leitores, como podem ver pelo título deste texto, o texto que hoje introduzimos relaciona-se com a psicologia da adolescência. Esperamos corresponder às vossas expectativas!

As modificações físicas são acompanhadas de alterações do comportamento e das emoções. Dúvidas, alegrias intensas, transformações na personalidade são alguns exemplos de alterações a nível comportamental. Os adolescentes entram, frequentemente, em conflito com os adultos e distanciam-se em relação aos pais. O modo de se vestirem, o vocabulário que utilizam, as escolhas de divertimentos demarca das outras gerações. É neste complexo processo de socialização que a personalidade de cada um se vai construindo e modificando, durante esta fase, a criança passa a adulto.
As principais transformações na adolescência relacionam-se, principalmente, com aspectos de ordem fisiológica, com a construção de identidade e de autonomia, com o desenvolvimento cognitivo e com o desenvolvimento moral.
Os pais e educadores definem a adolescência como uma fase de transição, de crise e de mudança. Vários estudos realizados vêm contradizer um pouco esta definição.
A procura de uma identidade própria (de uma imagem de si) é um dos problemas que os adolescentes frequentemente encaram; desafiam a autoridade e as regras vigentes, tentando encontrar um caminho para se estabelecerem como indivíduos.
A identidade, aspecto fundamental da adolescência, é formada a partir da experiências do adolescente e o significado que lhes atribui, enquanto indivíduo dotado de razão, no meio social onde se encontra, levando-o a descobrir o seu papel na sociedade em que se encontra. Manifesta-se também no afastamento em relação aos pais, figuras de vinculação, e construção da autonomia. É uma visão do eu que lhe permite ter uma imagem de si e uma posição, relativamente constante, em relação ao meio que o rodeia.
A dualidade entre o amadurecimento do corpo e amadurecimento psicológico causa, não raramente, uma certa instabilidade emocional, que pode levar ao consumo de drogas ou álcool, a problemas mentais, como esquizofrenia, a distúrbios alimentares (como anorexia e/ou bulimia) e a problemas sociais (como a gravidez). Alguns cientistas da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e do Instituto Nacional de Saúde Mental, ambos nos EUA, descobriram, usando técnicas de ressonância magnética, que certos cérebros de adolescentes mudam drasticamente, com redução de massa cinzenta e aumento de massa branca. Isto poderá explicar boa parte dos desvios mencionados.
O primeiro estudo metódico realizado no âmbito da psicologia adolescente data de 1904, com a publicação de: Adolescence: its psychology and ist relation do physiology, anthropology, sex, crime, religion and education, por Granville Sanley Hall. O início do estudo da psicologia levou à concepção desta como um estádio do desenvolvimento humano. Segundo, Stanley Hall (1844-1924), um famoso psicólogo americano, primeiro presidente da Universidade de Clark em Massachusetts, EUA, definiu a adolescência como um tempo de “tempestades e stress”, posto que os conflitos neste estágio de desenvolvimento são frequentes.
A antropóloga Margaret Mead (1901-1978) atribuía o comportamento dos adolescentes à cultura em que estes se encontram inseridos.
Jean Piaget (1896-1980), psicólogo suíço, observou um enorme desenvolvimento nas capacidades cognitivas dos adolescentes, o que pode levar a conflitos, posto que é neste estágio de evolução que a razão, a necessidade de competição e a habilidade de pensar como um adulto chocam no mesmo indivíduo.
Piaget defendia que a inteligência vai sendo construída progressivamente, desde uma fase a que chamou período sensório-motor até à fase da inteligência operatória formal (conhecimento racional). Nesta última fase, que se atinge por volta dos 11/12 anos de idade, o indivíduo torna-se capaz de realizar operações abstractas sem necessidade de se apoiar em acções efectivamente realizadas, liberta-se, portanto, do domínio do concreto. Consegue estabelecer raciocínios a partir de enunciados verbais e formular hipóteses, imaginando acontecimentos ou situações que poderão ocorrer em determinadas condições. É por volta dos 11/12 anos (início da adolescência) que os indivíduos atingem a idade da razão, passam a ter a capacidade de elaborar representações abstractas e de estabelecer relações lógicas, encontrando, desta forma, leis e teorias abstractas sobre a realidade. Além do mais, é na adolescência que os indivíduos começam a manifestar interesse pelos problemas políticos e sociais e pelos grandes
problemas existenciais que preocupam a Humanidade.
Foi observado um grupo surpreendentemente grande de adolescentes entediados, desmotivados e pessimistas em relações aos seus futuros. Para evitar que os adolescentes de hoje, adultos de amanhã, se tornem adultos deprimidos e desorientados, que não conseguiram encontrar o seu lugar na sociedade, recorrer-se frequentemente àquilo a que se chama Psicologia Positiva.
A Psicologia Positiva é um ramo da psicologia que dá maior importância aos aspectos bons do comportamento humano, tais como a felicidade, a alegria, o optimismo, o amor e a esperança. Estuda as virtudes e os comportamentos saudáveis de adultos e de jovens, desenvolve-lhes certas capacidades que lhes permitam enfrentar os desafios da vida moderna, sem depressão ou ansiedade. A psicologia positiva também pode ter um importante papel na educação, na medida em que aproxima o professor e o aluno, motiva o aluno de forma mais fácil e eficiente, através de um processo de socialização suave e humano, diminuindo o abandono escolar e aumentando a probabilidade de sucesso. Em suma, a Psicologia Positiva preocupa-se com a defesa da saúde pública, evitando, a custo e médio prazo, um estado de depressão generalizado na sociedade.
Sem mais nenhum assunto relevante, os nossos sinceros agradecimentos, GEBRA

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