quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Visita ao Diferenças


Caros leitores, após alguns dias de ausência, estamos de volta. Decidimos paratilha convosco a nossa experiência: ontem, dia 6 de Novembro, fomos ao Centro de Desenvolvimento Diferenças.


Aos seis dias do mês de Novembro do ano de dois mil e sete, o nosso grupo (GEBRA) realizou uma visita de estudo ao centro de desenvolvimento infantil “Diferenças” que se situa no centro comercial da Bela Vista.

Esta visita de estudo realizou-se no âmbito da área curricular não disciplinar de Área de Projecto e, uma vez que o nosso tema engloba os problemas relacionados com o desenvolvimento infantil, achámos que nada seria melhor do que assistir a duas consultas: uma de psicologia e outra de pediatria.
Assistimos à consulta de um menino de sete anos chamado Carlos que tinha dislexia, problemas na fala (gaguez) e um problema no espectro de autismo. O méto
do utilizado na escola para aprender a ler era o “método das 28 palavras”, o qual consiste na descoberta de novas palavras a partir das sílabas fónicas dessas 28 palavras. Contudo, as crianças com dislexia não conseguem distinguir os sons (por exemplo, a criança confundia a fonética do “E” e do “F”). Deste modo, para que as crianças com dislexia consigam aprender a ler, são utilizados métodos específicos, tais como:
· Ensinar os sons e a sua junção para formar palavras.
· Utilização de sinais, truques para facilitar a leitura (por exemplo, dizia-se que o “A” era morto na palavra tia, ou então utilização de símbolos para quando
o “O” se lia “U”.
· Aprendizagem do alfabeto chamando atenção não só para o nome da letra, bem como para o seu som.
As crianças com dislexia também têm problemas com a memória, por isso, de modo a estimulá-las, a psicóloga utilizava cartões onde estavam escritas letras (ex: OAM). O paciente dizia alto o som das letras e, seguidamente a psicóloga esconde o cartão para que a criança procure essas letras no abecedário de modo a construir palavras com o objectivo de lê-las posteriormente (amo, mão).
Para tornar estas consultas mais dinâmicas e interessantes, visto que a criança tem uma perturbação do espectro de autismo, no início da sessão o p
aciente escolhe as actividades que irá realizar. Se o Carlos se portar bem, recebe um autocolante por cada tarefa concluída com sucesso, como prémio. Esta foi a maneira que a psicóloga arranjou para controlar o seu comportamento.
Na consulta de pediatria, o Tiago da Silva de treze anos tinha hiperactividade com défice de atenção, alguma impulsividade (agindo sem pensar), de repente davam com ele a pensar na “morte da bezerra”. Primeiramente, procedeu-se à avaliação do comportamento. Na sala de aula, a professora diz que o Tiago está completamente distra
ído; a mãe disse que o seu filho não tinha algumas disciplinas no caderno após três semanas de aulas; o seu comportamento no recreio é normal e não demonstra qualquer agressividade para com os colegas ou professores; tem um bom comportamento em locais públicos; em casa é respondão; possui apetite e sono normais; não possui dores de cabeça, medos excessivos, tiques e irritabilidade.
Seguidamente iniciou-se a avaliação do seu rendimento na escola. No ano passado começou com uma só negativa, aumentando para seis no segundo período e acabando com três no terceiro.

A consulta acabou com a elaboração de um plano novo de medicação. O doente passou a tomar Rubifen 10 que tem quatro horas de efeito. Deve tomar ao pequeno-almoço, almoço e lanche sempre que a seguir tenha aulas, apoios ou estudos.
Esta visita de estudo ajudou-nos a compreender melhor a realidade das dificuldades das crianças com problemas. Saber que uma criança com dislexia necessita mais de cinco meses para aprender o alfabeto e os sons das letras de modo a formar palavras, foi chocante. Ainda para mais, sabendo que essas crianças não têm culpa de
ser o que são e não tiveram qualquer escolha no assunto
Concluímos esta visita de estudo com o visionamento de dois filmes de trissomia 21, que procuravam sensibilizar os espectadores para o problema e o sofrimento dos pais quando se deparam com um filho diferente que têm de cuidar para toda a vida.
Finalizámos a visita às onze horas e quarenta e cinco minutos da manha e achámos que foi muito benéfica!
Aqui estão algumas fotografias tiradas durante este nosso trabalho de campo:







2 comentários:

Anónimo disse...

muito interessante. é importante que as pessoas fiquem a saber destas situações!

Anónimo disse...

gostei do pormenor: Carta de Portugal insular e ultramarino, na foto. voces defendem o colonialismo?