segunda-feira, 2 de junho de 2008

Os Valores

As crianças aprendem como uma esponja: sob o ponto e vista cognitivo, emocional e ético. O que os pais são modelos para os filhos: tudo o que os primeiros fazem, sentem e mostram é imitado pelos segundos. Os pais devem, portanto, ensinar os seus filhos determinados comportamentos para que tenham mais hipóteses de serem pessoas felizes, amadas e realizadas.
Se as crianças vivem com críticas, aprendem a condenar.
Se as crianças vivem com hostilidade, aprendem a ser agressivas.
Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser apreensivas.
Se as crianças vivem com pena, aprendem a sentir pena de si próprias.
Se as crianças vivem com o ridículo, aprendem a ser tímidas.
Se as crianças vivem com inveja, aprendem a ser invejosas.
Se as crianças vivem com vergonha, aprendem a sentir-se culpadas.
Se as crianças vivem com encorajamento, aprendem a ser confiantes.
Se as crianças vivem com tolerância, aprendem a ser pacientes.
Se as crianças vivem com elogios, aprendem a apreciar.
Se as crianças vivem com aceitação, aprendem a amar.
Se as crianças vivem com aprovação, aprendem a gosta de si próprias.
Se as crianças vivem com reconhecimento, aprendem que é bom ter objectivos.
Se as crianças vivem com partilha, aprender a ser generosas.
Se as crianças vivem com honestidade, aprendem a ser verdadeiras.
Se as crianças vivem com justiça, aprendem a ser justas.
Se as crianças vivem com amabilidade e consideração, aprendem o que é o respeito,
Se as crianças vivem com segurança, aprendem a confiar em si próprias e naqueles que as rodeiam.
Se as crianças vivem com amizade, aprendem que o mundo é um lugar bom para se viver.

Dorothy Law Nolte, 1954

(tradução de Alexandra Vieira, As crianças aprendem o que vivem, Ed. Bizâncio, 2005)
Decidimos também partilhar convosco um filme que ilustra, com bastante clareza, o que foi referido neste texto.



Esperemos que tenham gostado!!

Inteligência (1 a 4 Anos)

A inteligência, segundo Jean Piaget, “é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda a adaptação biológica”.
As crianças desenvolvem-se, portanto, através dos estímulos e da sua capacidade de observação, de imitação e de reprodução, através de uma construção contínua a partir do que já sabem. É esta capacidade humana que permite adquirir conhecimentos, aperfeiçoar capacidades e exercitar talentos.
A inteligência, que associa razão e emoção, aumenta se a interacção entre a criança e os seus contextos de vida for intensa. A própria criança faz parte deste ciclo interactivo, como agente de promoção da sua inteligência.

1 Ano
A inteligência é fundamentalmente prática – a criança expressa-se através da linguagem, diz “água” porque sabe que será entendido como “quero água”.
É a fase da omnipotência infantil. Sente-se bastante segura porque nada lhe falta e as ameaças externas parecem mais do que controladas. A presença de um adulto inspira-lhe confiança. Entretanto, adquire novas informações e novos conhecimentos, experimentando várias situações. Ao mesmo tempo, vai percebendo que a relação de proximidade com o outro e com o mundo físico implica regras e que há comportamentos proibidos, obrigatórios e opcionais.
2 a 4 Anos
Nesta idade, surge a “a função semiótica”, que permite falar, desenhar e dramatizar. A criança tem uma enorme criatividade: brinca ao faz-de-conta e inventa jogos.
Nesta fase, os objectos podem designar o que a criança quiser: uma caixa pode servir de avião. Esta capacidade é muito importante, pois implica que a criança tenha as imagens mentais dos objectos.
Nesta fase, os objectos adquirem pessoalidade: “o popó vai dormir”. A linguagem ainda não é dialogante, pois o outro ainda não é visto como um interlocutor. A criança denomina tudo o que vê, é teimosa, determinada e egocêntrica (“É meu!”) – esta característica aparece como um mecanismos de defesa, perante a crescente percepção de que o mundo não está sob o seu domínio.

4 Anos
Os quatro e os cinco anos são “a idade dos porquês. Já distingue realidade de fantasia: quando brinca com carrinhos, já percebe que não são os carros que vê na rua. Já percebe a noção de conjunto e já é capaz de dividir os objectos por cores, tamanhos ou formas.
Caso
“Pai, porque é que as folhas da árvore se mexem?”
“Porque há vento.”
“E porque é que há vento?”
“Porque estamos no Inverno.”
“E porque estamos no Inverno?”
“Porque as estações do ano são assim.” – o pai da Margarida estava a ver que nunca mais conseguia seguir as notícias do telejornal.
“E porque é que as estações do ano são assim?”
“Olha, porque faz frio.”
“E porque é que faz frio no Inverno?”
“Olha, e se fosses dormir?”
Breves segundos de silêncio.
“Pai, porque é que as pessoas dormem?”
A capacidade de conversar através da fala aumenta. O desenvolvimento da linguagem permite um enorme desenvolvimento do pensamento simbólico. A criança já consegue repetir comportamentos através da imitação.

Matriz Genética

Como todos sabem, a nossa matriz genética é fundamental para o desenvolvimento da nossa personalidade, ao interagir com o meio e com as experiências pessoais. Deixamos aqui um pequeno texto sobre a importância da componente biológica no desenvovimento.
Desde cedo, as crianças começam a manifestar comportamentos e características da personalidade que não foram ensinados. Estes comportamentos fazem parte da sua matriz genética, um factor decisivo na construção da personalidade.
O nosso cérebro deu-nos a capacidade de desenvolver estratégias para nos defendermos do perigo e para desenvolver sociedade, ao contrário dos outros animais. A sociedade surge, pois, como veículo da conservação da nossa segurança física e psicológica. As crianças experimentam as coisas e correm o risco de sofrer um acidente, mas, com o tempo, vão aprendendo a defender-se. A segurança psicológica é assegurada pela necessidade vital do outro: a criança precisa de se sentir parte de um todo e profundamente amada, por isso, mostra medo de ser abandonada, e, partir dos três anos, brinca alegremente aos pulos com os companheiros.
Por outro lado, as crianças sentem-se motivadas para aprender e desejam que o seu esforço seja recompensado. Quando obtêm a atenção desejada, activam mecanismos de defesa: as manhas. As manhas são, no fundo, a arte básica da sobrevivência, pois envolver persuasão, manipulação, sedução, imposição, exigência e solicitação.
Os nosso sinceros cumprimenos, mais um vez!

Criança do 1 aos 4 Anos

Caros leitores, pedimos as nossas mais sinceras desculpas por tão prolongada ausência, mas o tempo é escasso e os exames finais aproximam-se cada vez mais. Hoje vamos debruçar-nos sobre o desenvolvimento da criança do 1 aos 4 anos.

Segundo os cientistas profissionais, o período do um aos cinco anos é o período mais importante e mais marcante das nossas vidas. É o período em que se estabelecem os princípios e os valores, o sentimento social e a vida afectiva, em que o cérebro se desenvolve consoante o ambiente, o afecto, as regras e o contexto social.

Temperamento
Para melhor compreender as crianças, é necessário perceber como se comportam face ao meio, face ao meio, relativamente face às pessoas e aos seus sentimentos – o seu temperamento – um conjunto de características inatas que servem para as crianças (e pessoas) se organizarem face ao mundo exterior e interior, é um instrumento fundamental na relação com os outros, connosco próprios. Pode desenvolver-se e exercitar-se certos comportamentos graças à enorme capacidade de reflexão e autodomínio.

O temperamento da criança pode resumir-se em dez parâmetros:

  • Nível de actividade: há crianças mais agitadas do que outras;
  • Distractibilidade: grau de concentração e de atenção à actividade que está a realizar;
  • Intensidade: grau de energia que a criança põe nas suas respostas;
  • Regularidade: aspectos relacionados com a hora do sono ou com a alimentação;
  • Timidez/ousadia: perante estranhos;
  • Adaptabilidade: capacidade de se adaptar a mudanças;

Esperemos uque temnhasm gostado!